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sábado, 7 de setembro de 2013

Para onde vamos?

 
Uso do misticismo para ser feliz.
Somo números, os manipulo, faço jogo de cartas, borra de café, búzios, leitura de mãos e leio mensagens zodiacais no classificado matinal.
Tenho muletas, seguro bem firme, na esperança de não cair se minhas pernas, por algum motivo, me jogarem no chão.



Uso a técnica milenar do plantio de mudas para ficar calma. As rego e não nego que isso ainda não me satisfaz, mas ainda sim, faço.
Tenho distúrbios bipolares. Hora triste. Hora mais triste. Hora muito alegre. Hora plantando mais mudas, mas muda, mas muda e muda, calada numa escuridão que nenhuma fotossíntese pode ser feita ou que qualquer pessoa possa ver lágrimas tristes, ou alegres... nem sei... lágrimas de quem viu no fundo de uma xícara, a borra mais negra de todo o mundo.

Hoje, especialmente, saí de toda viagem interna e vi que nada disso faz sentido, a não ser as mudas.

Elas um dia crescem/deixam de ser mudas, florescem, alimentam, reproduzem e morrem, sem saber, na verdade, para que vieram.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Queria que você lesse isso...

Entre a Gueixa e a Baiana existe o dendê, o saquê e alguns bons quilômetros. Nada muito impressionante. 
Porém, tudo que envolve a Gueixa, nos deixa mais curiosos, desde seus passinhos curtos, seus pezinhos pequenos, até suas atividades após os jantares.


Mas a Baiana, nada misteriosa, desce a ladeira como se fosse a primeira a encantar, a cantar, dançar e parece ser Deusa, como Sá Marina de Simonal, fazendo o povo inteiro cantar. 
Entre a Gueixa e a Baiana está o traje. O acarajé. Os palitinhos. O pelourinho. Iroshima... 
Parece nem fazer sentido! Mas para mim é tão claro que parece que o mundo se juntou e tudo não passa de percepções.

Mal sabem os mais polidos e trabalhados na inteligência suprema, que o que junta as pessoas é justamente a distância, que o que aproxima os seres é a falta que o outro faz e que a saudade nada mais é que uma palavra que a língua portuguesa se apossou tão bem, que ninguém em outra parte do mundo tem o que a Baiana tem. Saudade! 

Mas ninguém sente o que a Gueixa sente. E eu nem sou louca de arriscar, mesmo sentindo algo parecido! 
Mas, para sua informação, posso lhe dizer que entre a Gueixa e a Baiana estão os oceanos, as pessoas, mais muros, precipícios, ruas, becos, fazendas e mais nada, nada, nada e nada.
Como entre eu e você...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Minhas vestes...


Nunca vesti carapuças. Nunca me serviram. Apesar de perder o ar, mas só às vezes, nunca me aventurei de verdade, a não ser nos sonhos e pensamentos.

Tudo não passa de ilusão. Me iludo, deslumbro, me cubro, escondo. Não posso pular! Tenho medo de nem chegar no chão, por imaginar um voo que nem existe.

Nunca vesti-me de medo. Não faz meu tipo. Mesmo que o escuro, a altura, o bicho, as pessoas ou a morte metam medo, nunca me receio, a não ser quando na TV, a trilha sonora do plantão global ultrapassa os decibéis normais, enquanto estou saboreando um café na copa, porém, é mais assustador do que medonho.

Nunca me vesti de pudores. Nunca me passou pela cabeça. Apesar de guardarmos em nossos armários, nos fundos das últimas gavetas, preconceitos ou conceitos sobre algo ou outrem, ou quem sabe eu deva ter ensaiado uma pequena experimentação em frente ao espelho, mas, graças ao bom Deus, pudores não me servem. Na verdade, continuam naquela gaveta.

As vestes, muitas vezes, podem dizer muito sobre alguém. Algumas pessoas se escondem, fingem estar nuas, enquanto suas burcas as arrastam pelos centros. As vestes do medo, do preconceito, das carapulsas, podem levar a morte o mais saudável dos seres.

Ahhh! Meu Deus!!! Uma barata...
#CorroProBanheiro

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A carta daquele homem

Ontem recebi uma carta.

Fiquei assustada por ser daquele homem. 


Aquele homem que outrora me fez, e agora me faz, uma carta.
Uma carta que faz, minha cabeça girar como roda.



A roda da vida, a vida daquele homem, que outrora me fez e agora só me faz, uma carta.

Fiquei indignada!

Não sei se ele se vai ou se ficará por perto, mas quando perto estava, parecia distante, e agora tão longe, está mais perto do que nunca.

Ontem recebi essa carta e assustada não abri, mas, só de curiosidade, coloquei-a contra a luz e uma expressão a manteve lacrada

_"Ainda te amo".

Aquele homem que outrora me fez mulher e agora com palavras em uma carta tenta se aproximar, não sabe que nunca vou aceitar uma volta, mas, volta e meia aceito de minha humana consciência, por a carta contra a luz para ver o que escreveu, e vejo

_"Estou voltando".

Como se ainda tivesse as chaves, ou como se o seu "molho de palavras" fosse o suficiente... (mas nem eu mesma sei)

Hoje na mesa do café vejo aquela carta, mas me desvio, desvio os olhares, mas ela me olha pedindo para ser aberta. Não resisto! Leio toda e vejo que aquele homem tem muito amor.
Sei pelo teor das palavras...
Sei pelo que ele escreveu...
uma pena essa carta não pertencer a mim...
Pena não ser de ninguém...
Nem mesmo daquele homem.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Fios de minha vida...

Porque teimas tanto em penetrar na minha vida, repetidamente?
Arranhando minha alma e tirando meus suspiros.
(respiro...)

Oh Cordão da Vida que me une ao universo e que eu mesmo escolhi.

Estavas lá, mudo, inerte, sem vida e até mesmo, sem cor.
Às vezes miçanga, às vezes me sangra. 
Oh dor cruel que me arrebata e que veste, mesmo sem vestes.

É brando, é branco, arteiro que me leva e leva a vida por um fio.

"Não fico atrás! Te deixo bambo, estico, me ajeito, e mesmo sem jeito, não finjo."

És para mim uma companhia. Alma lavada, de cara lavada, às vezes é sem vergonha, outras me tira.
Que alegria!

Muitos te usaram, mas não como eu. Não como eu como, depois que como, e como!
Quer saber? Não te quero mais. Sai da minha vida, do meu corpo.

Adeus Sanifil! Adeus Asa delta!